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Doriana Mendes (Brasil)

Doriana Mendes (Brasil)

23.11.2022

EVOÉ Maria!

Doriana Mendes

Singer, Actress-Dancer. PhD and Master in Music and Bachelor in Singing, she has been a singing teacher at UNIRIO (Rio de Janeiro) since 2013. She made her international debut at the Darmstadt Theater singing an opera by Jocy de Oliveira. In 2019, he premiered the multimedia opera “Helena y su ventríloquo” by Daniel Quaranta at the MUSLAB Festival (México-DF) and at the XV Festival Visiones Sonoras, in Morelia, Mexico. In 2016 he starred in the premiere of the opera Medeia by Mario Ferraro at the 1st edition of the “Bienal de Ópera Atual” (Current Opera Biennial), by FUNARTE. Soloist of Abstrai Ensemble dedicated to contemporary music and Codex Sanctissima specialized in medieval music. He performed in Germany, France, Ireland, Portugal, Chile, Bolivia, Argentina, Mexico and in all states of Brazil, on the Sonora Brasil-SESC tour (2011-2012). An expressive performer has made numerous world premieres as a guest soloist for national and international festivals, as well as operatic, musical, theater and dance casts.

https://catalogoaudiovox.com.br/


Descripción del concierto:

El concierto online EVOÉ Maria! presenta una propuesta para la creación de quatro obras electrovocales para voz solista y soporte electroacústico. El tema incluye como inspiración el conjunto de obras de la artista Maria Martins (1894-1973). En 2022 estaremos celebrando los 100 años de la Semana de Arte Moderno de 1922 —Maria tenía entonces 28 años— y, a nuestros ojos, el singular surrealismo de la artista representa una fuerza de diálogo con el modernismo brasileño inaugurado en el período.Doriana Mendes, creadora de la propuesta del concierto e intérprete, celebra, en 2022, 25 años de actuación en la música contemporánea brasileña e internacional. Los compositores invitados son creadores brasileños con amplia experiencia en música contemporánea y electrovocal: Arthur Kampela (Rio de Janeiro-New York), Guilherme Ribeiro (São Paulo-Lisboa), Neder Nassaro (Rio de Janeiro) e Ivan Simurra (São Paulo-Rio Branco). La ingeniería de grabación está a cargo del compositor Bryan Holmes (Rio de Janeiro-Santiago), especializado en música y tecnología.El artista digital Clelio de Paula hizo la intersección entre las obras inéditas, proponiendo un diálogo entre la visualidad de las esculturas de Maria Martins y la vocalidad performática de Doriana Mendes. Clelio creó 5 piezas en arte digital, de 1 minuto de duración, que hacen la provocación de la apertura del concierto e interactuán entre cada obra electrovocal hasta la coda final. El conjunto de obras de Maria Martins componen la inspiración para la creación de imágenes y posibles sonidos provenientes del cuerpo de estas esculturas, evocando el grito de las Bacantes como saludo a la contemporaneidad de la Maria modernista: ¡EVOÉ Maria!


Notas de programa

1. MARIA! (Guilherme Ribeiro)Maria! é uma peça para voz feminina e eletrônica em suporte fixo dedicada à cantora Doriana Mendes e em homenagem à artista Maria Martins (in memoriam). Maria nasce do convite-proposta feito por Doriana Mendes para que eu compusesse uma peça tendo como referência e inspiração o trabalho e vida da artista brasileira Maria Martins (1894-1973). A peça tem em seu texto alguns trechos de dois poemas escritos por Maria Martins: “Explication I” (1946) e “Sem título” (1945?). « ainda muito tempo após minha morte, muito tempo após tua morte, eu quero te torturar, quero que meu pensamento como uma serpente de fogo se enrole no teu corpo sem te queimar, eu quero te ver perdido, asfixiado, errando nas neblinas mal-sãs tecidas por meus desejos, quero pra ti longas noites sem sono acompanhadas pelo tumtum ressoante das tempestades longínquas, invisíveis, desconhecidas, quero que a saudade da minha presença então te paralise. » Este é um dos trechos da poesia de Maria Martins utilizados nesta peça, que traz como tema e resultado o corpo. Mas não qualquer corpo, senão o corpo da mulher dos trópicos, da mulher brasileira e sua existência neste mundo machista e misógino. Neste sentido, não é a minha voz a falar, mas indubitavelmente a voz de Maria, de Maria Martins, de Doriana Mendes, e de muitas outras Marias. Maria!, por fim, se apresenta com muitas vozes, com muitas línguas, com muitas bocas: faladas, mutadas, cantadas, sussurradas, mastigadas, gritadas.


2. O IMPOSSÍVEL (Arthur Kampela)Embora ininterrupta, a obra pode ser dividida, basicamente, em 3 partes ou segmentos:1) A primeira é uma espécie de coral baseado em gravações superpostas da voz da Doriana. Aí já se inscreve um primeiro momento de reflexão e suspense onde o material é inspecionado sob o ponto de vista da harmonia e de suas conexões internas .2) A partir do minuto cinco da peça há uma intervenção rítmica de materiais contrastantes que corta este coral inicial. Faço uso primordialmente além de ruídos obtidos com a voz de Doriana, de um piano distorcido, ou seja, sons gravados em  todas as partes de um piano de cauda (em suas teclas e no seu interior). Aos poucos a peça ganha muita ressonância e uma grande variedade dinâmica e rítmica, que, sinto, seria o equivalente sonoro dos "tentáculos" (cabeças) da escultura da Maria Martins – a parte monstro da escultura, mais precisamente.3) Este amálgama de ritmos e sons vocais vai paulatinamente se resolvendo, e o coral inicial retorna em meio ao turbilhão de sons deste segmento. Aos poucos, se escuta a emergência de uma melodia com caráter de modinha e francamente tonal, inicialmente obscurecida pelos ruídos e sons menos comuns que o suporte eletroacústico gera. Tal melodia ainda opaca à escuta, vai-se aos poucos afirmando em várias transposições. Finalmente, a emergência desobstruída desta melodia acontece nos últimos momentos da peça – uma espécie de "reconciliação", eu diria, com as formas mais angulares (cabeças) da escultura de Maria Martins, uma volta às origens vinda da anatomia humana do corpo da escultura. No último instante, esta melodia é abruptamente cortada por sons muito rítmicos e angulares provindos de um piano distorcido, e reminiscentes da parte anterior da composição. – Formalmente, uma espécie de micro-coda de caráter mais agressivo que sutilmente complementa a melodia tonal, enfatizando, assim, a metamorfose estrutural da escultura e da música que nela se baseou.


3. ARIEDARA AMNENIA A DOIVLEMONT (Ivan Simurra)“predamaquinação” Elaborada como uma criação musical em conjunto, ARIEDARA AMNENIA A DOIVLEMONT retrata as trocas de ideias de contextos, aparentemente, distantes e distintos: a escultura e o som; a música e o gesso, a floresta e o concreto. Contudo, é preciso discutir a desfiguração humana que é, neste contexto, o início de uma outra forma animal, vegetal ou outra. "preda, (má)quina e ação" são termos emprestados das conversas realizadas durante o processo criativo da obra: a ação predatória da máquina e da regeneração da floresta por intermédio dos sons, da interação humana com a natureza. Essa relação deve voltar a um equilíbrio que se perdeu em grande escala nos últimos quatro anos, especificamente, no Brasil. Como a floresta pode se esconder e se proteger? O que devoramos, deglutimos ou nos é socado/estocado “goela abaixo”? O soco no estômago - o vazio - o espaço da voz, do pronunciamento, do grito, da denúncia, do riso deslocado e nervoso. A proximidade da floresta. Passos. Pés que adentram o território.


4. FUNDO do POÇO (Neder Nassaro)A obra Fundo do Poço é um exercício de aproveitamento poético das potencialidades sonoras da voz humana. Sua escrita experimental, imersa numa ambientação eletroacústica de sons gravados e sintetizados, privilegia gestos livres, texturas baseadas em fluxos, e o emprego de técnicas não-convencionais de execução. Em um universo de combinações (fusão, contraste, inter-relação e interferência), Fundo do Poço permite à intérprete explorar suas capacidades criativas, gerando novas leituras e novas percepções a cada montagem.






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